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Bitcoin e ether dão sinais de recuperação e analistas questionam ‘fundo do poço’

Bitcoin e ether dão sinais de recuperação e analistas questionam ‘fundo do poço’

Alta ocorre apesar do mau humor nos mercados de risco com o ajuste na política monetária para conter a escalada dos preços. Após testarem novas mínimas em mais de dois meses, bitcoin, ethereum e algumas das principais criptomoedas deram sinais de recuperação nesta terça, apesar do mau humor nos mercados de risco com o ajuste na política monetária para conter a escalada dos preços.
Os ganhos do segmento cripto acontecem na véspera de decisão de juros pelo Federal Reserve, quando a maioria do mercado espera nova alta de 0,75 ponto na taxa, mas alguns temem uma elevação de 1 ponto percentual.
Perto das 8h45 (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 3,1% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 19.305,13, e o ether, moeda digital da rede ethereum, subia 3,9%, a US$ 1.361, conforme dados do CoinGecko.
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 976 bilhões. Em reais, o bitcoin registrava alta de 1,37% a R$ 100.378,57, enquanto o ethereum tinha ganhos de 1,95% a R$ 7.080,52, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Segundo André Franco, chefe de pesquisa do MB, a última onda de desvalorização das cripotmoedas leva os analistas a se questionarem “quanto mais tem para cair” no segmento.
“A pergunta que fica é quanto mais podemos ver de queda antes do real fundo do mercado? Os dados on-chain mostram uma zona de capitulação, 70% dos bitcoin estão na mãos dos investidores de longo prazo, quase dois terços dos bitcoins em circulação não se movem há 12 meses ou mais. Esses números mostram que se por um lado o macro pode empurrar os preços para baixo, os dados on-chain apontam para uma força cada vez maior no bitcoin”, disse.
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Para Guilherme Bento, sócio e especialista em criptoativos da Acqua Vero Investimentos, as moedas digitais devem continuar em queda até o final de 2022, com o ajuste prolongado na política monetária e os impactos nos ativos de risco.
“A atual turbulência no mercado cripto passa por diversos fatores macroeconômicos, incluindo o CPI americano, divulgado na semana passada. O preço do bitcoin após o dado caiu quase US$ 1 mil e desde então o mercado chegou a mostrar impulso de alta no final da semana, mas ontem vimos outro banho de sangue. A decisão do Federal Reserve nesta quarta pode impactar muito nas criptomoedas e deve perdurar até o final de 2022”, disse.
Luiz Pedro Andrade, especialista em criptomoedas da Nord Research, diz que entre os principais fatores que vêm movimentando os preços de criptoativos são o cenário pós-Merge para o Ethereum, com discussões acerca da implementação do método de validação Proof of Stake (PoS), ou Prova de Participação na rede, em substituição ao método Proof of Work (PoW), ou Prova de Trabalho.
“São debates em meio à falta de conhecimento, normal até, por ser algo nunca antes testado em uma rede, com tantas implementações já rodando”, afirma.
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Segundo Andrade, muitos investidores estão vendendo dentro daquele movimento de “compre no boato, venda no fato”, em que se adquire um ativo na expectativa de que ele se valorize perto da concretização de algum evento importante e, uma vez concretizado este evento, o investidor se desfaz da posição, o que causa uma queda no preço do ativo.
“Agora é questão de esperar e ver como o Ethereum vai se desenvolver e evoluir dentro deste novo mecanismo de consenso”, explica.

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