As forças armadas da Ucrânia anunciaram pela manhã que as forças russas lançaram dezenas de mísseis e ataques aéreos contra alvos militares e civis. Rússia nega ataque. A Ucrânia e a Rússia trocaram acusações sobre ataques a civis no sul e no leste da Ucrânia neste domingo (25).
As forças armadas da Ucrânia anunciaram pela manhã que as forças russas lançaram dezenas de mísseis e ataques aéreos contra alvos militares e civis, incluindo 35 “assentamentos”. Segundo o anúncio militar, as forças russas também teriam usado drones para atacar o centro da cidade de Odesa, no sul. Nenhuma vítima foi relatada.
Após o anúncio, a Rússia negou ter atacado civis. Por sua agência de notícias estatal (RIA) informou que forças ucranianas bombardearam um hotel na cidade de Kherson, matando duas pessoas. As forças russas ocupam a cidade do sul da Ucrânia desde os primeiros dias da invasão.
Não houve resposta imediata da Ucrânia sobre as acusações. A Reuters não pôde verificar as alegações de nenhum dos lados.
Centenas de pessoas foram presas
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Prisões após protestos
Centenas de pessoas foram presas pelas autoridades na Rússia nos protestos contra a nova “mobilização parcial” de reservistas para a guerra na Ucrânia, segundo um grupo independente de direitos humanos.
A ong OVD-Info disse que 724 pessoas foram detidas em 32 cidades diferentes neste sábado (24). Cerca de mil pessoas já haviam sido presas no início da semana.
Manifestações tomaram o país desde que o presidente Vladimir Putin anunciou planos de convocação de 300 mil homens da reserva. Manifestações “não autorizadas” são proibidas pela lei russa, mas isso não impediu os protestos, que tomaram larga escala em áreas urbanas.
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Em Moscou, a agência de notícias AFP relatou ter testemunhado uma manifestante sendo presa por policiais e gritando “não somos bucha de canhão” (termo usado para tropas que são tratadas como sacrificáveis em um conflito).
E em São Petersburgo, uma das principais cidades do país, um homem disse a repórteres: “não quero ir à guerra por Putin”.
Natalya Dubova, de 70 anos, disse à AFP que se opunha à guerra e confessou que estava “com medo pelos jovens” que devem receber ordens de ir para o front.
Manifestações tomaram o país desde que Vladimir Putin anunciou convocação de reservistas
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Punições severas
Algumas das pessoas presas no sábado relataram terem recebido documentos de convocação e ordenados a se apresentarem em centros de recrutamento enquanto estavam sob a guarda de forças de segurança. O Kremlin defendeu a prática no início desta semana, dizendo que ela “não é contra a lei”.
Moscou também aprovou novas punições severas para os acusados de abandono do dever após a convocação, impondo punições de até 10 anos de prisão para qualquer soldado pego se rendendo, tentando desertar ou se recusando a lutar.
O presidente também assinou ordens que concedem cidadania russa a qualquer cidadão estrangeiro que se inscreva para servir um ano nas forças armadas do país.
O decreto mostra o quão grave se tornou a escassez de tropas em Moscou, dizem observadores, e ignora a exigência usual de cinco anos de residência no país para concessão de cidadania.
Em outras cidades, jovens russos continuam deixando o país para evitar a convocação.
Na fronteira com a Geórgia, as filas de carros russos se estendem por mais de 30 quilômetros e o Ministério do Interior pediu às pessoas que não viajem.
Autoridades russas locais admitiram que houve um fluxo significativo de carros tentando atravessar – com quase 2.500 veículos esperando em um posto de controle.
A admissão é uma mudança de tom da Rússia, que na quinta tinha descrito relatos de russos fugindo do recrutamento como “falsos”.
Enquanto isso, a Finlândia teve um aumento acentuado no número de russos que tentam entrar no país. Matti Pitkaniitty, porta-voz da guarda de fronteira do país, disse que o número de russos chegando mais que dobrou desde a semana passada. Na sexta-feira, o governo anunciou planos para impedir a entrada de turistas russos.
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“O objetivo é reduzir significativamente o número de pessoas que vêm da Rússia para a Finlândia”, disse o presidente Sauli Niinistö à emissora estatal.
Vários outros países vizinhos já descartaram oferecer asilo a russos que desejam evitar o alistamento.
“Muitos russos que agora fogem da Rússia por causa da mobilização estavam de acordo com a morte de ucranianos”, disse o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkēvičs. “Eles não protestaram antes. Não é certo considerá-los como objetores de consciência agora.”
Na sexta-feira, o Kremlin revelou uma série de profissões que garantem isenção do recrutamento.
Trabalhadores de TI, banqueiros e jornalistas que trabalham para a mídia estatal escaparão da “mobilização parcial” anunciada por Putin.
No entanto, houve questionamento da veracidade das alegações do Kremlin, com relatos de convocação de homens que não atendem aos critérios de recrutamento.
Margarita Simonyan, editora do jornal estatal RT, postou no Twitter uma lista de cidadãos idosos e deficientes que foram obrigados a se apresentar ao serviço.
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