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Candidatos ‘clones’ de Trump colocam em perigo democracia, diz mídia francesa

Candidatos ‘clones’ de Trump colocam em perigo democracia, diz mídia francesa


Imprensa europeia expressa preocupação com influência do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump nas eleições de meio mandato do país, que escolhem nesta terça (8) os novos deputados e senadores. O ex-presidente dos EUA Donald Trump em comício para as eleições legislativas do país, em 7 de outubro de 2022.
Michael Conroy/ AP
As “midterms”, eleições de meio mandato nos Estados Unidos desta terça-feira (8) são um verdadeiro teste para o governo de Joe Biden e para o ex-presidente Donald Trump, e a imprensa da Europa acompanha de perto o processo.
Revistas francesas apontam um exército de “clones” do ex-presidente Donald Trump se apresentam como candidatos e colocam em perigo a democracia no país se forem eleitos.
“Os bebês Trump atacam a América”, diz a manchete da revista francesa “L’Obs”. Uma nova geração de homens e mulheres, que têm como modelo o ex-presidente americano, se apresentam como candidatos às eleições de meio mandato. “Uma onda violenta que ameaça a democracia”, diz a L’Obs.
Para a revista, os candidatos republicanos são “tão malucos quanto extremistas” e se esforçam para imitar seu mentor, utilizando o mesmo estilo escandaloso. A cartilha seguida por eles é sempre a mesma: se recusam a reconhecer a eleição de Joe Biden em 2020, classificam o partido Democrata de “esquerda radical”, são contra o aborto e qualquer debate sobre identidade sexual.
Eleições nos EUA: quem ganhará o controle do Congresso americano?
Alguns acreditam nas teses complotistas do grupo QAnon, que vê o ex-presidente como um messias engajado “em uma luta apocalíptica contra democratas demoníacos”, resume l’Obs. Outros promovem a insurreição violenta e participaram da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Apesar de Trump colecionar processos judiciários, por participação no ataque ao Capitólio, pela detenção de documentos sigilosos do Estado, por tentativas de inverter os resultados da eleição de 2020 e por fraude fiscal, isso não atrapalha seu controle do partido Republicano.
Ao contrário, Trump está remodelando o “Grand Old Party”, como é chamada a sigla, em torno dele. “Como um mafioso, ele eliminou seus adversários e erigiu seus discípulos”, afirma a revista.
De acordo com Basil Smikle, democrata especialista em estratégia entrevistado pela Obs, o ex-presidente despertou o movimento mais extremista que dormia no Partido Republicano. Os políticos se radicalizaram por oportunismo, por medo de não serem reeleitos e até por temores de serem banidos do partido.
‘Trump de saia’
As revistas destacam principalmente o perfil de Kari Lake, ex-apresentadora da Fox News e candidata ao governo do Arizona. De acordo com L’Express, ela é a versão feminina e mais “civilizada de Trump”. Os democratas a chamam de “Trump de saias”, de acordo com o Obs.
A candidata adotou a mesma retórica incendiária de Trump, atacando violentamente a imprensa e afirmando ser orgulhosamente anti-ciência e anti-imigração.
Mas para Le Point, os que a descrevem como Trump em versão feminina se enganam, “ela supera” o magnata. Lake utiliza sua fluência de jornalista, sem hesitação nas frases, com uma voz aveludada e firme, e o carisma de quem foi por 20 anos apresentadora de tevê, para defender as medidas mais extremas como a proibição total do aborto, mesmo em caso de estupro e incesto, e a prisão de jornalistas.    
Quantos aceitarão a derrota
Segundo o site de análise eleitoral Five Thirty Eight, citado por L’Obs, dos 552 republicanos que se apresentam como candidatos às eleições de meio mandato, 221 não reconhecem o resultado do pleito de 2020. “Quantos deles reconheceriam uma derrota nas urnas em 8 de novembro?”, pergunta o L’Obs. E se ganharem, quantos validarão a eleição de um democrata nas presidenciais de 2024?
Alguns deles são candidatos ao governo nos famosos “swing states”, que têm um papel fundamental em caso de litígio nos resultados no país, como lembra L’Express.
Para especialistas citados nas reportagens, poderia ser a primeira vez na história dos Estados Unidos que um presidente democraticamente eleito não seria reconhecido e impedido de tomar posse.

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