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Conselheiro de Lula, Mantega pede apoio dos EUA para adiar eleição de presidente do BID

Conselheiro de Lula, Mantega pede apoio dos EUA para adiar eleição de presidente do BID


Governo Bolsonaro indicou Ilan Goldfajn para o posto; ex-ministro de Lula diz que procura nome de consenso. Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e conselheiro do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, enviou uma carta ao governo dos Estados Unidos pedindo apoio do país para adiar a eleição, marcada para 20 de novembro, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Procurado pela Reuters, o Tesouro dos EUA, destinatário da carta, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Em entrevista à GloboNews, Mantega afirmou que enviou um e-mail a Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, e também que conversou com vários ministros da economia de vários países latino americanos. O objetivo, segundo o ex-ministro, é “encontrar um candidato de união”.
Em outubro, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou o economista Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), como candidato do Brasil ao cargo de presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O banco era comandado, até setembro, pelo também brasileiro Mauricio Claver-Caron, que foi demitido após uma investigação concluir que ele teve um relacionamento com uma funcionária e autorizou dois aumentos do salário dela, violando o código de ética da instituição.
“Bolsonaro saiu na frente e lançou o nome do Ilan. Tentou criar um fato consumado, tentou fazer um presidente do BID de forma equivocada, não tentou negociar com outros países”, disse Mantega.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, em imagem de arquivo
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ex-ministro afirmou que os colegas com os quais conversou acharam que “seria interessante” adiar a eleição, “para que o novo governo pudesse se manifestar, de forma que a gente pudesse coordenar esse candidato. Que não precisa ser brasileiro, mas um bom candidato”.
Governo indica Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC, para a presidência do BID
“Lançar um candidato sem negociar com outros países vai negociar sozinho. Já foram lançados mais 5 candidatos. Se houvesse unanimidade em relação a ele (Ilan), esses países não lançariam outros candidatos. A gente pode entrar num jogo e perder tudo”, disse.
Os regulamentos do BID exigem um quórum de maioria absoluta dos governadores para qualquer reunião, incluindo a maioria dos membros regionais, “representando pelo menos dois terços do poder total de voto dos países membros”.
O Tesouro dos EUA, que disse que não indicará nenhum candidato, detém 30% de poder de voto no banco, seguido por Brasil (11%) e Argentina (11%). Colômbia e Chile detêm, cada um, 3% de participação.
O prazo para o registro de candidaturas se encerra nesta sexta-feira. A Argentina anunciou nesta manhã a secretária de Relações Econômicas Internacionais Cecilia Todesca Bocco como candidata. Também concorrem ao cargo o vice-presidente do banco central do México Gerardo Esquivel, e o ex-ministro das Finanças do Chile Nicolas Eyzaguirre.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira a jornalistas achar “de bom tom” o adiamento da eleição do BID. “Temos um governo eleito agora, não teria sentido ter essa indicação agora”.
*Com informações da Reuters

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