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Contas públicas têm rombo de R$ 30,3 bilhões em agosto e dívida recua pelo 4º mês seguido

Contas públicas têm rombo de R$ 30,3 bilhões em agosto e dívida recua pelo 4º mês seguido

Números foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira. Dívida bruta do setor público, indicador acompanhado com atenção por investidores, recuou para 77,5% do PIB. As contas do setor público consolidado registraram déficit primário de R$ 30,3 bilhões em agosto deste ano, informou o Banco Central nesta sexta-feira (30).
Ao mesmo tempo, a dívida pública registrou queda pelo quarto mês seguido (veja detalhes mais abaixo nessa reportagem).
O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há superávit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Esse foi o primeiro déficit desde maio deste ano e, também, o maior saldo negativo para meses de agosto desde 2020 — quando o rombo somou R$ 87,6 bilhões por conta dos gastos extraordinários com a pandemia da Covid-19. A série histórica do BC começa em dezembro de 2001.
O déficit em agosto aconteceu unicamente por conta do resultado negativo nas contas do governo federal, uma vez que os estados, municípios e estatais registraram superávit primário no período.
governo federal registrou déficit de R$ 49,77 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo positivo de R$ 18,52 bilhões;
empresas estatais apresentaram superávit de R$ 970 milhões.
Nesta quinta-feira, o Tesouro Nacional informou que o resultado das contas do governo em agosto foi influenciado pela despesa de R$ 23,9 bilhões referente ao acordo sobre o aeroporto do Campo de Marte, que é extraordinária.
Além disso, segundo a instituição, também houve um grande volume de pagamento de precatórios em agosto deste ano – despesa não ocorrerá mais neste ano.
Parcial do ano
No acumulado de janeiro a agosto, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 120,056 bilhões.
Nos oito primeiros meses de 2021, houve um superávit de R$ 1,2 bilhão.
O bom desempenho das contas públicas ajuda o governo a atingir a sua meta fiscal para o ano, que é de déficit de até R$ 177,490 bilhões.
Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – houve déficit de R$ 65,9 bilhões nas contas do setor público em agosto.
Já em 12 meses até agosto deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 392 bilhões, o equivalente a 4,2% do PIB.
Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do déficit primário elevado, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, após seis elevações seguidas, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior valor em seis anos.
Segundo o BC, no mês passado houve despesa com juros nominais somaram R$ 35,6 bilhões. Em doze meses até agosto, os gastos com juros somaram R$ 575 bilhões (6,2% do PIB).
Dívida bruta
Já a dívida bruta do setor público, indicador que também é acompanhado pelas agências de classificação de risco, registrou nova queda em agosto. Esse foi o quarto recuo seguido, de acordo com a série histórica revisada do BC.
Em dezembro do ano passado, a dívida estava em 80,3% do PIB, somando R$ 6,96 trilhões. Em julho deste ano, atingiu 78,2% do PIB, o equivalente a R$ 7,21 trilhões e, em agosto, recuou para 77,5% do PIB, ou R$ 7,23 trilhões.
Esse é o menor patamar desde março de 2020, quando o endividamento estava em 77% do PIB. Ou seja, é o menor nível em pouco mais de dois anos.
De acordo com o Banco Central, esse aumento da dívida em agosto é resultado, principalmente, do efeito do crescimento do PIB nominal e dos resgates líquidos (acima do valores das emissões) de títulos da dívida pública.
A dívida bruta brasileira ainda está acima da média dos demais países emergentes, que é de cerca de 65% do PIB.
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