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Furacão Ian: por que água da baía de Tampa recuou antes da chegada da tempestade

Furacão Ian: por que água da baía de Tampa recuou antes da chegada da tempestade


A explicação para este fenômeno está nos ventos dos ciclones tropicais. Era assim que a Baía de Tampa, na Flórida, estava na quarta-feira
Getty Images via BBC
O poderoso furacão Ian não só levou ventos e chuvas fortes para a costa oeste da Flórida, como também causou um fenômeno curioso conhecido como maré de tempestade reversa ou negativa.
Isso fez com que a água do mar desaparecesse da Baía de Tampa e de outras áreas na manhã de quarta-feira (28/09), pouco antes do ciclone de categoria 4 atingir terra firme com ventos sustentados de 240 km / h.
Fotos publicadas nas redes sociais mostravam a areia molhada da baía que restou, uma vez que a água “desapareceu”. Várias pessoas que passavam se aventuraram a se aproximar e caminhar sobre as algas que ficaram expostas.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA compartilhou uma imagem do ocorrido, emitindo um alerta. “Nota importante: a água vai voltar. Não tente caminhar ali, nem em qualquer outro lugar em que a água tenha recuado.”
Mais tarde, a água não só retornaria, como voltaria com ondas “catastróficas”, conforme o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) havia alertado.
A última vez que uma maré de tempestade negativa foi registrada em Tampa foi em 2017, durante a passagem do furacão Irma, que também atingiu os EUA com categoria 4.
Para entender por que isso acontece, devemos prestar atenção em diversos fatores, como a estrutura do furacão e seus ventos.
A direção do vento
Fenômeno depende da estrutura e da direção dos ventos do furacão
Imagem de satélite via BBC
Os ventos dos ciclones tropicais, quando se formam ao norte do Equador, circulam no sentido anti-horário, ou seja, da direita para a esquerda.
A costa oeste da Flórida está localizada na direção oposta da rotação do ciclone. Por isso, nas áreas ao norte do furacão, isso faz com que a água recue para o oceano devido à força dos ventos.
Em contrapartida, nas áreas ao sul, os ventos do ciclone fazem com que a água do oceano entre em forma de maremoto.
De acordo com o meteorologista José Álamo, do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, quando a maré de tempestade negativa acontece, costuma haver uma “maré baixa” antes da chegada do ciclone.
“Quando a água recua, significa que o furacão está a caminho”, diz ele.
Uma pessoa caminha na areia depois que o mar recuou por causa do furacão Ian
Getty Images via BBC
O retorno do mar
No entanto, o próprio movimento dos ventos do furacão ao se deslocar por uma área, leva a uma mudança de direção: o que estava indo em uma direção, quando o ciclone muda de posição, retorna no sentido oposto.
Então, quando a área que estava ao norte do furacão passa a se encontrar ao sul, acontece o mesmo, mas na direção oposta. É o que chamamos de ressurgência ou inundação costeira do furacão.
Também acontece de que quando o furacão se afasta do local em que as águas recuaram, estas podem retornar lentamente, à medida que o sistema tropical deixa a área.
Crianças andam na areia, uma vez que o mar recuou por causa do furacão Ian
Getty Images via BBC
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63072324
Furacão Ian é rebaixado a tempestade tropical; milhões de residências estão sem energia na Flórida

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