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Não estamos fazendo uma reforma, mas quase uma Constituinte tributária, diz Haddad

Não estamos fazendo uma reforma, mas quase uma Constituinte tributária, diz Haddad

Ministro afirmou ainda que manutenção do Supersimples e diminuição de alíquotas para educação e saúde atendem demandas do setor de serviços para a matéria

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu na quarta-feira (28) que a proposta para mudanças na cobranças de impostos do país não é uma simples reforma, mas “quase uma Constituinte tributária”.

“Isso aqui não é uma reforma, nós estamos criando um novo sistema tributário, essa que é a verdade. Reforma é quando você faz uma mudança. É quase uma Constituinte tributária o que está sendo feito”, disse em entrevista à GloboNews.

A matéria deve ir ao plenário da Câmara dos Deputados na próxima semana; com isso, vem recebendo ajustes finais. Questionados benefícios fiscais mantidos pela redação, Haddad disse que o texto é “bom, na direção do ótimo”.

“Nós não podemos estimar o impacto favorável da reforma, é gigantesco, da maneira como foi apresentada. Você pode perguntar: ‘ela é ótima?’. Eu digo: ‘ela é boa, na direção do ótimo’. Não estamos fazendo nada que não possa ser aperfeiçoado, daqui 10 ou 20 anos”, apontou.

Entre os grupos que ainda negociam ajustes à reforma se destaca o setor de serviços. O ministro indica, contudo, que a manutenção do Supersimples e a diminuição de alíquotas para educação e saúde atendem demandas.

Além de manter o Simples Nacional, o texto preliminar da reforma define que a alíquota será de 50% da cifra padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para diversos setores — entre eles serviços de educação; serviços de saúde, dispositivos médicos e medicamentos.

Primário e meta de inflação
Haddad afirmou ainda que a União deve fechar o ano de 2023 com resultado primário entre R$ 90 bilhões e R$ 110 bilhões negativos, equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já para 2024, o ministro avalia ser difícil zerar o déficit (que é a meta estabelecida pelo novo marco fiscal). Ele diz, porém, que é preciso aguardar o efeito de medidas que terão impacto no ano que vem.

Durante a entrevista, o petista ainda confirmou que a meta de inflação para 2024 será mantido em 3% na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que acontece nesta quinta-feira (29).

Ele voltou, contudo, a sinalizar desejo de alterar o período relevante para meta de inflação. Atualmente o Banco Central (BC) considera um horizonte de 12 meses para perseguir a cifra.

“O modelo de ano-calendário causa uma apreensão desnecessária. O que quase todos os países fazem é definir uma meta e estender o horizonte relevante para a autoridade monetária atingir aquele objetivo”, disse.

Fonte: CNN Brasil

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