Triunfo de coalizão italiana energiza populistas do bloco e pode dificultar o consenso, mas seu poder ainda é limitado. Enquanto partidos de extrema direita europeus festejam a guinada política na Itália, um dos países fundadores da União Europeia, os de centro-esquerda vivem o seu maior pesadelo. O triunfo da coalizão Irmãos da Itália-Liga-Força Itália, liderada pela futura premiê Giorgia Meloni, segue o dos Democratas Suecos, da mesma linha ideológica, alçados à segunda maior força política no país nórdico.
É cedo para afirmar que a vitória de Meloni, a primeira da extrema direita na Itália desde a Segunda Guerra Mundial, consolida a normalização dos partidos populistas no bloco europeu. Certamente energizará os eurocéticos, como Viktor Orbán, da Hungria, e Mateuz Morawieck, da Polônia, para atrapalhar o consenso da UE, sobretudo nos seus valores humanistas.
Será mais difícil ver a Itália ao lado de seus tradicionais aliados europeus. Meloni se opõe à imigração e já ameaçou o bloqueio naval de países do Norte da África para impedir a chegada de barcos de refugiados. Tem uma agenda clara de incompatibilidade com a comunidade LGBTQIA .
Declarou ser contrária à adoção por casais gays, com o argumento que é melhor para uma criança ter mãe e pai. É dela uma emenda, como deputada, que estenderia a proibição da barriga de aluguel para italianos no exterior. Se as pesquisas de boca de urna se confirmarem, a coalizão de direita terá a maioria da Câmara e no Senado, mas não os dois terços suficientes para alterar a Constituição italiana.
O grupo liderado por Meloni se aproveitou claramente da fragmentação dos partidos de centro-esquerda na Itália, no pós-pandemia. Com esperteza, ela soube enquadrar os radicais e moldar uma imagem mais suave do partido, com origens no neofascismo, para sair do ostracismo. Prometeu estabilidade financeira aos investidores e a manutenção das alianças atlânticas da Itália.
Seu partido desenhou um programa de 15 pontos com os dois parceiros de coalizão no qual praticamente renuncia ao anti europeísmo, sob o lema “mais Itália na Europa e mais Europa no mundo”. Mais de 70% dos italianos apoiam a permanência no bloco. Isso significa permanecer na União, desistir de sair da zona do euro, mas insistir em reformá-la.
Eleita, Meloni pode criar casos dentro do bloco europeu. Sabe, contudo, que seu poder é limitado. Está atada a um fundo de recuperação estimado em mais de 200 bilhões de euros e aprovado pela UE após a pandemia de Covid-19. O plano de reforma prometido enquanto candidata tem alcance restrito. Além disso, o PIB por pessoa não cresce desde o início do século e cerca de 25% dos jovens estão no desemprego.
Sob nova administração, a Itália ainda precisa muito de Bruxelas, mas, ao voltar-se para seus novos parceiros ultranacionalistas do continente, chegou para atrapalhar: sua presença no Conselho Europeu deve atrasar, ainda mais, a já habitual lentidão do bloco em tomar decisões.
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