
Os Estados Unidos fizeram eleições para todos as 435 vagas para deputados federais (lá, chamados de representantes). Os democratas ainda têm com controle do Senado. Eleitores fazem fila para votar na Carolina do Norte, em 8 de novembro de 2022
Jonathan Drake/Reuters
O Partido Republicano voltou a dominar a Câmara dos Representantes nos Estados Unidos com o resultado das eleições de meio de mandato que ocorreram no dia 8 de novembro, de acordo com as projeções da mídia do país —segundo a Associated Press, nesta quarta-feira (16), os republicanos conquistaram a 218º vaga no Congresso, o que garante o controle da Casa . O controle do Senado foi definido no domingo (13) e segue nas mãos do Partido Democrata.
A contagem de votos demorou mais de uma semana. Ainda há 7 assentos indefinidos do Congresso. A divisão atual é a seguinte:
Partido Republicano: 218 deputados
Partido Democrata: 210 deputados
As eleições de meio de mandato renderam ganhos bem menos significativos do que o esperado pelos republicanos, que projetavam uma “massacre vermelho” como resultado das disputas.
Ainda assim, a vitória do Partido Republicano na Câmara significa que os deputados do partido vão conseguir interromper os projetos do presidente Joe Biden e dos democratas e provavelmente vão fazer inquéritos sobre a gestão do atual presidente.
Os EUA fizeram eleições para todos as 435 vagas para deputados federais (lá, chamados de representantes) e cerca de um terço do Senado. Antes da votação, o Partido Democrata controlava essas duas casas.
Os eleitores também escolhem os governadores da maioria dos estados. Esses governadores estarão no comando nas próximas eleições, e terão poder de influenciar as leis de votação estaduais ou mesmo a certificação dos resultados.
Além disso, há diversas leis locais e autoridades estaduais que foram escolhidas.
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Republicanos eram os favoritos
Os políticos do Partido Republicano fizeram uma campanha como os favoritos para tomar o controle a Câmara dos Deputados do Partido Democrata, do presidente Joe Biden. Tradicionalmente, o partido de oposição é o favorito nas eleições de meio de mandato.
Neste ano, algumas circunstâncias marcaram as discussões sobre as eleições:
Inflação: a inflação de 12 meses registrada em setembro foi de 8,2% (veja mais abaixo);
Preocupação com a democracia: após a tentativa de golpe de Estado, em 6 de janeiro, esse se tornou um dos temas da política do país;
Aborto: a Suprema Corte alterou a regra sobre aborto no país, e esse também se tornou um tema importante nas eleições;
Trump: o ex-presidente dos EUA apoia muitos dos candidatos republicanos, e o resultado da votação nas eleições de meio de mandato pode ser um sinal de força para a corrida presidencial de 2024. Na segunda-feira, Trump anunciou em um comício que fará “um grande anúncio” em 15 de novembro;
Notícias falsas: circularam mentiras ligadas à fraudes eleitorais —uma das que circularam foi a de que os eleitores republicanos estavam sendo barrados nos locais de votação. Em fóruns da internet, os republicanos mais radicalizados falavam para que os apoiadores do partido fossem armados aos locais.
O que disseram os eleitores
Segundo a agência de notícias Associated Press, metade dos eleitores diz que a inflação influenciou significativamente em seus votos. Os custos dispararam no ano passado e deram aos republicanos um motivo para criticar o presidente Biden. Nem todos os eleitores dizem que as políticas de Biden causaram preços mais altos.
Um pouco menos de eleitores, 44%, dizem que o futuro da democracia era sua principal consideração na hora de votar. Muitos líderes do Partido Republicano continuam a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral dos EUA, alegando falsamente que a eleição presidencial de 2020, que Donald Trump perdeu, foi fraudada.
Desde a eleição de 2018, os eleitores ficaram cada vez mais desmoralizados à medida que as divisões políticas do país se endureceram. Aproximadamente três quartos dizem que o país está indo na direção errada.
Aborto foi um dos temas relevantes
Essas foram as primeiras eleições nacionais após a decisão da Suprema Corte que derrubou a jurisprudência que garantia o acesso ao aborto nos EUA (conhecida pelo nome do processo, Roe contra Wade). O futuro do acesso ao aborto em muitos estados será decidido pelos resultados das eleições. De 10 eleitores, 3 citaram o aborto como a questão mais importante para decidir seu voto, de acordo com pesquisas de boca de urna realizadas pela Edison Research.
Donald Trump se lançou como candidato
Donald Trump anunciou na terça-feira (15) sua pré-candidatura à presidência em 2024. O ex-presidente fez um discurso de sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, acompanhado de apoiadores.
Trump ainda vai ter que passar pela disputa interna do partido republicano e sair vitorioso para voltar a enfrentar o atual presidente Joe Biden nas urnas.
O ex-presidente participou ativamente das eleições de meio de mandato do dia 8 de novembro. Ele apoiou diversos candidatos, e muitos deles, como o Dr. Oz, perderam. Trump chegou a adiar o lançamento de sua pré-campanha por causa dos resultados considerados ruins para ele.
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