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Rússia emite novo aviso nuclear no último dia de referendos para anexar territórios da Ucrânia

Rússia emite novo aviso nuclear no último dia de referendos para anexar territórios da Ucrânia


“Os demagogos do outro lado do oceano e da Europa não vão querer morrer em um apocalipse nuclear”, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia. Dimitri Medvedev, ex-primeiro-ministro da Rússia, e Vladimir Putin, o presidente, em reunião governamental no dia 15 de janeiro de 2020
Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin/ via Reuters
Um aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, emitiu um novo aviso nuclear à Ucrânia e ao Ocidente nesta terça-feira (27), enquanto os referendos anunciados pela Rússia como um prelúdio para anexar quatro regiões ucranianas entraram em seu quinto e último dia.
O confronto da Rússia com o Ocidente aumentou a inflação global e aguçou as crises energéticas e alimentares em muitos países desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, que foi recebida por duras sanções ocidentais e medidas retaliatórias na Rússia.
O aviso nuclear de terça-feira por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, é um dos vários emitidos por Putin e seus associados nas últimas semanas.
Analistas dizem que eles foram projetados para deter a Ucrânia e o Ocidente, sugerindo uma prontidão para usar armas nucleares táticas para defender o território recém-anexado, onde as forças russas enfrentaram fortes contraofensivas ucranianas nas últimas semanas.
O aviso de Medvedev difere dos anteriores, pois ele previu pela primeira vez que a aliança militar da Otan não arriscaria uma guerra nuclear e não entraria diretamente na guerra da Ucrânia, mesmo que Moscou atacasse com armas nucleares.
“Acredito que a Otan não interferiria diretamente no conflito mesmo neste cenário”, disse Medvedev em um post no Telegram. “Os demagogos do outro lado do oceano e da Europa não vão querer morrer em um apocalipse nuclear.”
Referendos
A votação sobre adesão à Rússia de quatro regiões ucranianas parcialmente controladas por Moscou – Kherson, Luhansk, Donetsk e Zaporizhzhia – entrou em seu quinto e último dia. O Ocidente disse que não reconhecerá o resultado do que considera como referendos fraudulentos ilegais.
Autoridades do governo russo têm alertado repetidamente que podem usar armas nucleares para defender o novo território se as forças de Kiev, que já controlam parte dele, tentarem tomar o que Moscou diz que em breve considerará seu território soberano.
A Otan e os Estados Unidos não detalharam publicamente como responderiam a um ataque nuclear russo à Ucrânia, mas Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, disse à CBS no domingo (25) que Washington havia explicado a Moscou o que ele descreveu como “consequências catastróficas” para a Rússia.
O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, afirmou em entrevista ao jornal suíço Blick que a Ucrânia está se preparando para a possibilidade de um ataque nuclear russo, mas disse que o ônus recai sobre os Estados que possuem armas nucleares.
“Para onde exatamente devemos enviar as pessoas no caso de um ataque nuclear russo contra a Ucrânia?”, ele perguntou. “É por isso que o uso de armas nucleares é uma questão de segurança global. Isso não é mais apenas sobre a Ucrânia.”
Podolyak disse na mesma entrevista que os ucranianos que ajudaram a Rússia a organizar os referendos de anexação enfrentariam acusações de traição e pelo menos cinco anos de prisão.

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