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Segundo pesquisas, coalizão da extrema direita deve vencer eleições na Itália

Segundo pesquisas, coalizão da extrema direita deve vencer eleições na Itália


Pesquisas de boca de urna apontam que grupo conservador teve entre 41% e 45% dos votos. País pode ter, pela primeira vez após a Segunda Guerra, uma primeira-ministra de extrema direita. Giorgia Meloni, candidata da extrema-direita, vota nas eleições legislativas da Itália, neste domingo (25).
REUTERS/Yara Nardi
A pesquisa de boca de urna da eleição na Itália divulgada neste domingo (25) aponta que a coalizão de direita – formada pelo partido pós-fascista Irmãos da Itália (Fratelli d’Italia, FDI) de Giorgia Meloni, a Liga de Matteo Salvini e Forza Italia (FI) do magnata Silvio Berlusconi – deve sair vencedora das eleições nacionais.
Silvio Berlusconi (centro), Giorgia Meloni (esq.) e Matteo Salvini (dir.) em Roma
Alessandro Bianchi/REUTERS
Segundo informações da rede RAI, o bloco conservador teve entre 41% e 45% dos votos e deve controlar as duas casas do parlamento italiano. O resultado final das eleições deve ser conhecido na madrugada da segunda-feira (26).
Eleições acontecem na Itália em 25 de setembro de 2022
Remo Casilli/REUTERS
A aliança com maior quantidade de parlamentares eleitos nomeia o primeiro-ministro. Se os resultados se confirmarem, o país está a caminho de ter uma primeira-ministra de extrema direita, Giorgia Meloni.
Essa é a primeira eleição a ser realizada desde que foram adotadas mudanças constitucionais que reduziram o tamanho das duas câmaras parlamentares. Também ocorre no momento em que a terceira maior economia da União Europeia, uma das mais endividadas, tenta lidar com a disparada dos preços da energia, as taxas de juros crescentes e as consequências da invasão russa da Ucrânia.
Essas eleições são diferentes das últimas no país, já que apresentam uma série de desafios em questões econômicas e políticas.
Homem participa das eleições na Itália em 25 de setembro de 2022
Remo Casilli/REUTERS
O que acontecerá com os bilhões de euros do fundo de recuperação pós-covid concedidos à Itália pela UE? O apoio à Ucrânia continuará diante da invasão russa?
Veja abaixo:
Extrema direita no poder
Quem é Giorgia Meloni?
Nas pesquisas de intenção feitas antes da eleição, a coalizão de direita – formada pelo partido pós-fascista Irmãos da Itália (Fratelli d’Italia, FDI) de Giorgia Meloni, a Liga de Matteo Salvini e Forza Italia (FI) do magnata Silvio Berlusconi – liderava todas as pesquisas, com cerca de 45 a 47% das intenções de voto, contra 22% da coalizão de esquerda – liderada pelo Partido Democrata (PD, centro-esquerda).
Segundo o acordo que vigora há anos entre os líderes dos partidos de direita, a formação mais votada será aquela que designará o candidato ao cargo de chefe de Governo.
O FDI aparecia nas pesquisas à frente de seus aliados, com cerca de 24% das intenções de voto, contra 12% da Liga e 8% do Forza Itália.
Se os resultados oficiais confirmarem as pesquisas, significa que, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, a Itália, um dos países fundadores da União Europeia (UE), será governado por um primeiro-ministro que pertence a um partido político pós-fascista e eurocético.
Meloni e sua formação são herdeiros do Movimento Social Italiano (MSI), partido neofascista criado em 1946 após a Segunda Guerra Mundial por líderes que faziam parte da República de Saló, um Estado fantoche da Alemanha nazista.
Seus principais aliados na Europa são o partido de extrema direita espanhol Vox e o conservador e nacionalista polonês Lei e Justiça, que junto com o FDI fazem parte da bancada dos Conservadores e Reformistas Europeus (CRE) no Parlamento Europeu.
Fundos da UE
Equipe médica observa paciente em UTI para doentes com Covid-19 no Instituto de Cardiologia Clínica (ICC) em Roma, na Itália, em 30 de dezembro de 2021
Alberto Pizzoli/AFP
Devido à pandemia e à crise econômica, a Itália foi o país que mais se beneficiou do plano de recuperação europeu, com um pacote de cerca de 200 bilhões de euros para financiar projetos e estimular o crescimento.
Mas, para obter esses fundos, Roma deve implementar uma série de reformas complexas previamente negociadas pelo ex-primeiro-ministro Mario Draghi.
Meloni alertou em várias ocasiões durante a campanha eleitoral que pretende renegociar com a Comissão Europeia as condições relativas à concessão desses fundos.
Giorgia Meloni, em foto em Roma em janeiro de 2021, pode ser a próxima primeira-ministra da Itália.
Guglielmo Mangiapane/ Reuters
A Comissão não reagiu, como é habitual quando a campanha eleitoral está em pleno andamento.
No entanto, a posição contrária ao bloco e soberanista do seu partido desencadeia muitas incógnitas.
Se os termos e condições negociados não forem respeitados, o desembolso do dinheiro corre o risco de atrasos significativos.
Armas à Ucrânia e sanções contra a Rússia

O chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o presidente romeno, Klaus Iohannis, posam para uma foto em Kiev.
Ludovic Marin/REUTERS
Se a direita chegar ao poder, a posição italiana sobre a guerra na Ucrânia, a ajuda a esse país e as sanções internacionais contra a Rússia poderão ser repensadas.
Draghi encarnou a posição de uma Itália pró-europeísta e atlanticista, que enviou armas, apoiou a Ucrânia e aplicou rigorosamente sanções contra a Rússia.
Meloni também expressou apoio a essa linha, mas seu aliado, Matteo Salvini, um fervoroso admirador de Vladimir Putin e o segundo líder mais importante da coalizão de direita, discorda.
“As sanções não vão enfraquecer a Rússia. Pelo contrário, elas correm o risco de colocar a Itália e os países europeus de joelhos”, disse ele recentemente.
Salvini também se opõe ao envio de mais armas para a Ucrânia e é a favor de negociações, sem especificar como.
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